A retomada das obras de restauro do Instituto de Educação General Flores da Cunha pautou a audiência realizada nesta terça-feira (24) entre o presidente do Parlamento gaúcho, deputado Valdeci Oliveira (PT), a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), e integrantes do Movimento em Defesa do Instituto preocupados com a destinação de parte do espaço desta importante unidade de ensino estadual que, se levada a cabo, irá resultar na redução de aproximadamente mil vagas para estudantes das 2,5 mil possíveis. O novo desenho, diferente daquele projetado pelo estado em 2014 (cujo estudo e demais ações foram realizadas a um custo na ordem de R$ 600 mil), e que contou com o debate e a participação da comunidade escolar, secretarias e órgãos do patrimônio em sua criação, objetiva agora dividir o local com a instalação do Museu Escola do Amanhã e um centro de aperfeiçoamento dos profissionais da educação, administrados pela iniciativa privada por meio de uma OS (organização social). De acordo com a comitiva, além de perder as vagas originalmente destinadas aos alunos, terá reduzidos seus espaços para laboratórios, biblioteca, refeitório, sala de vídeo, informática e sala de professores, para ficar apenas em alguns pontos.
A edificação, construída em 1930 (o Instituto é classificado como o mais antigo estabelecimento de ensino secundário e de formação de professores da capital gaúcha), teve seu restauro licitado e contratado pela primeira vez no governo Tarso Genro. A administração seguinte, segundo a comissão do Movimento, fez nova licitação, mas paralisou os trabalhos. Já a gestão de Eduardo Leite, em 2019, teria deixado de pagar pelo serviço porque não havia interesse em manter a unidade como escola pública. Conforme material gráfico elaborado pelo grupo, é preciso que o prédio restaurado acompanhe a configuração construída, atenda a modernização da escola e propicie a qualificação das práticas de ensino-aprendizagem de crianças, jovens, adultos e professores.
Durante a reunião, além das críticas à nova destinação e à falta de diálogo – uma vez que as modificações estariam sendo impostas de cima para baixo -, foi enfatizada a defesa da ocupação de todos os espaços para a função escolar e que se respeite o projeto original feito há oito anos, que prevê áreas de tecnologia, ciência, esportes, cultura, inclusão, acessibilidade, segurança, climatização, e, principalmente, as vagas previstas. Em novembro do ano passado, um abaixo-assinado contra a atual proposta do governo já contava com cerca de 7 mil assinaturas. Hoje, os 2.500 alunos do Instituto estão divididos em quatro escolas estaduais.
Ao final do encontro foi acordado que a presidência da Assembleia irá solicitar oficialmente ao governo que este receba uma comissão formada pela comunidade escolar para discutir o tema, além da constituição de uma Frente Parlamentar em defesa da escola.
Participaram do encontro Maria da Graça (presidente da comissão do restauro), Ceniriani Vargas (presidente do Conselho Escolar), Luciana Assis Brasil (Circulo de Pais e Mestres), Eloísa Rabelo (conselho escolar), Pietra Dias e Juliana Dotte (Grêmio Estudantil), Lourdes Leivas (Associação dos Ex-alunos), Ademir Wiederkehr (CUT/RS) e a deputada Sofia Cavedon (PT).
Fonte: Agência de Notícias da ALRS
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