“Lição de Casa? Quando fará o governador Eduardo Leite?” O questionamento é da deputada estadual Sofia Cavedon (PT), presidente da Comissão de Educação da AL/RS, que visitou, pela Operação Dever de Casa (Etapa 3), na manhã desta quarta-feira (28), a EEEF Tenente Coronel Travassos Alves, uma das escolas que está no Programa de Obras Escolares do Governo, mas que continua com sua cozinha interditada. Marcar reunião com o Governo do Estado para uma solução, no mínimo emergencial, será solicitada por Sofia.
Localizada na Chácara dos Bombeiros, bairro Partenon, a escola está desde Fevereiro deste ano com a cozinha interditada. Mas desde 2020 a cozinha já estava com problemas de telhado e afundamento do piso. “Na época a direção da Travassos orçou a obra que estava em 16 mil reais, mas não obteve autorização da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para realizá-la”, destaca a deputada.
Sofia informa que verificou no Observatório do Governo onde consta que está em contrato a obra por R$ 47 mil. “Por que uma engenheira foi na escola nesta segunda-feira (26) ver se a obra estava em andamento? Por que a 1ª CRE não tem informação e nem o Diretor Geral da Seduc, com os quais contactei durante a visita à escola?”, pergunta a deputada.
A diretora, Sônia Silva Alfaro Dellamora, e a vice-diretora (tarde), Giane Rodrigues, relataram que o problema existe desde 2016. “Iniciamos solicitando a reforma no telhado da cozinha, que ocasionou infiltração e alagamento. Em 2020, de tanto alagar o chão começou a ceder, e em fevereiro de 2023 foi interditado o espaço”, revelaram.
Conforme a diretora Sônia Dellamora, a água atingia até a metade do botijão e o risco de choque elétrico era muito grande. A Travassos Alves já foi vistoriada e fotografada inúmeras vezes pela Secretaria Estadual de Obras (SOP) e pela Seduc, sendo as últimas realizadas no dia 30 de maio, 26 e 27 de junho. Existe pedido de urgência, mas até hoje nada foi feito, reforça a deputada Sofia que já promoveu este ano audiência pública na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, que preside, e articulou reunião com a 1ª CRE, ocorrida em maio, para tratar da situação. Além disso, a direção da escola já participou de inúmeras reuniões com a Seduc e a Coordenadoria.
Sofia informa que não tendo cozinha a escola oferece somente merenda alternativa (frutas, iogurtes, bolos) para os 438 estudantes. A falta de uma refeição digna também afeta a escola que está perdendo alunos devido a situação. Eles migram para outras instituições que oferecem alimentação adequada. Desde o início do ano 70 alunos deixaram a Travassos, afirmou a vice-diretora Giane Rodrigues.
Outros problemas
A EEEF Tenente Coronel Travassos Alves também tem falta de recursos humanos, como professor para o 1º ano e para 18h de Educação Física. Não tem quem atenda na Biblioteca, mesmo assim a escola promove semanalmente a Parada Literária, que é uma hora dedicada à leitura. Tem chromebooks e computadores parados, pois a rede elétrica e a da internet são precárias e a verba que recebe não é suficiente para financiar o aumento da conexão.