A Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia ouviu, no período dos Assuntos Gerais, o diretor da escola estadual de ensino médio Jardim América, de Capão do Leão, Guilherme Bourscheid que falou sobre as obras de construção da instituição que já duram 10 anos. Não houve quórum para deliberar matérias na Ordem do Dia. A reunião aconteceu na manhã desta terça-feira (09) e foi conduzida pela presidente do colegiado, deputada Sofia Cavedon (PT).
Guilherme Bourscheid contou que desde a década de 80 a comunidade de Capão do Leão lutou para que o município tivesse uma escola de ensino médio. Em 2014, o governo Tarso Genro autorizou o projeto de construção da instituição, entretanto faltou o encaminhamento definitivo da licitação da empresa que realizaria a obra. Com o início do governo Sartori, em 2015, não foi dado prosseguimento no processo de licitação. “Já no governo Eduardo Leite, nós fomos conversar com o secretário (estadual de educação) Faisal Karam e recebemos um não e uma orientação de que deveríamos buscar verbas parlamentares federais”.
A escola funciona de forma provisória, sem um prédio próprio. Ela oferece ensino médio regular noturno para 353 estudantes. Segundo Bourscheid, foi feito um levantamento que constatou que há em torno de 900 pessoas entre 14 e 19 anos na cidade e que poderiam estar matriculados na instituição. “Onde estão esses outros jovens? Eles estão fora da escola e não têm a oportunidade de estudar”. Outra demanda da população é quanto a oferta de ensino diurno. Bourscheid destacou que este período tem um aproveitamento e eficiência melhor que o noturno. Além disso, existe a preocupação em relação à segurança dos estudantes no retorno para casa, visto que não existe transporte escolar ofertado pela prefeitura. “Os estudantes fazem dois ou três quilômetros a pé depois das 22h30 para chegar em casa”, disse.
Guilherme Bourscheid reforçou que houve a tentativa de retomar o diálogo com o governo do estado para reabrir o processo de construção da escola, mas que ainda não houve retorno.
A deputada Sofia Cavedon questionou o subsecretário adjunto de educação, Rômulo Saraiva, sobre essa situação. A resposta foi que “a demanda está prevista para ser desencadeada este ano, mas vou verificar melhor”. O encaminhamento dado pela parlamentar foi convidar o governo para fazer uma visita técnica no terreno. Na sequência, solicitar uma reunião com a secretária estadual de educação para apresentar um dossiê sobre o caso, o histórico de luta da comunidade, que até hoje vê seus filhos estudando no salão paroquial da Igreja, e um abaixo assinado.
Fonte: Agência de Notícias da ALRS