A deputada Sofia Cavedon (PT), presente na audiência pública que debateu a implantação do sistema Free Flow de cobrança de pedágio na quinta-feira, 11, criticou a opção do Governo do Estado em abrir mão do pedagiamento pela EGR, que foi criada não para ter lucro com a exploração de tarifas, mas para cobrar e reinvestir nas rodovias. Sofia afirmou que tem acompanhado a situação dos moradores do município de São Sebastião do Caí, onde houve desapropriações e diversos transtornos. A parlamentar elogiou o sistema Free Flow, porque reduz o impacto nas comunidades, no entanto, a mobilidade dos locais não está resolvida e o valor foi muito ampliado. “É absurdo que o Governo do Estado, a concessionária e a Agergs não estejam aqui, dando explicações à cidadania. Essa é uma das consequências das privatizações e das concessões. Passa a não ser um problema do Governo do Estado. Passa a ser um problema da agência reguladora, passa a ser um problema da empresa, passa a ser um problema com mil intermediários. O Governo do Estado se desvencilhou. Não bota um centavo, arrecada IPVA e não põe uma obra, porque agora a obra sai do bolso de quem transita na rodovia”.
A parlamentar informou que em São Sebastião do Caí a prefeitura precisou aprovar uma lei repassando recursos para a empresa, no valor de R$ 10 mil mensais, para garantir a isenção de uma placa por família dos bairros mais afetados e sugeriu que se faça uma representação ao Ministério Público, como foi feito naquele município.
O sistema foi adotado pelo Governo Leite no final do ano passado, quando o primeiro pórtico foi instalado na ERS-122, entre os municípios de Flores da Cunha e Antônio Prado. As estruturas também instaladas nas estradas concedidas e administradas pelo consórcio Caminhos da Serra Gaúcha. O Bloco 3 tem 271,5 quilômetros e compreende, além da ERS-122 (km 0 ao 168), as estradas ERS-240 (km 0 ao 33), RSC-287 (km 0 ao 21), ERS-446 (km 0 ao 14), RSC-453 (km 101 ao 121) e BR-470 (km 220 ao 233).
A audiência pública foi proposição do deputado Pepe Vargas (PT), e realizada pela Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado da ALRS.
O Free Flow substitui as convencionais praças de pedágio e permite o trânsito sem paradas ou redução de velocidade próximo aos locais de cobrança, através da utilização de uma etiqueta eletrônica (tag) colada no para-brisa do veículo ou pela leitura da placa. O sistema funciona por meio de pórticos com tecnologia que identifica, classifica os veículos e cobra a tarifa eletronicamente, conforme o tipo e o número de eixos.