Artigo de Sofia Cavedon publicado no Correio do Povo na edição de sábado,05/7
O plenário da Assembleia Legislativa vai votar nesta terça-feira, 8 de julho, o Projeto de Lei 524/2019, que estabelece reserva mínima de 20% de mulheres nas contratações de segurança privada realizadas pelos órgãos públicos do Estado. A proposta já foi aprovada nas comissões de Constituição e Justiça, Segurança e Serviços Públicos e Direitos Humanos. Agora, precisa da sensibilidade e do compromisso de cada parlamentar com a igualdade de oportunidades.
O projeto corrige uma desigualdade histórica. Embora as mulheres vigilantes cumpram todas as exigências legais e técnicas — formação, treinamento, reciclagem, avaliação psicológica — elas seguem sendo preteridas nas contratações. Mesmo qualificadas, enfrentam um mercado que naturaliza a exclusão.
Ao garantir espaço às mulheres em um setor tradicionalmente masculino, contribuímos para o combate à violência de gênero, pois a autonomia econômica é fator central na quebra dos ciclos de violência.
Estamos falando de um percentual viável, que também pode garantir sustento para chefes de família, muitas vezes sozinhas na luta pela sobrevivência. De acordo com dados do Censo, as mulheres chefiam 49,1% dos lares no Brasil, o que representa aproximadamente 35,6 milhões de brasileiras responsáveis por seus domicílios. É hora de reconhecer o valor dessas trabalhadoras, abrir as portas da vigilância para quem tem competência e coragem.
A presença feminina é realidade nas polícias e deve ser ampliada também na segurança privada. É verdade que a diversidade melhora os serviços e fortalece uma sociedade mais justa. Este projeto é um passo concreto para promover inclusão, dignidade e justiça social.
Votar a favor do PL 524/2019 é romper com a discriminação, afirmar os direitos das mulheres e valorizar o trabalho feminino. É garantir que o Estado cumpra sua função de indutor da igualdade.
Vamos dizer sim às mulheres na segurança privada!