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Comissão debate redução da carga horária de Educação Física nas escolas estaduais

O ensino da Educação Física nas escolas estaduais dominou os debates no período dos Assuntos Gerais da reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia desta terça-feira (28). A convite da deputada Sofia Cavedon (PT), o presidente do Conselho Brasileiro de Ciência do Esporte (CBCE), Ednaldo Pereira Filho, e o professor estadual e pesquisador do Ensino Médio André Furtado falaram sobre as alterações na carga horária da disciplina a partir da Resolução 385/2025, do Conselho Estadual da Educação.

Em relação à redução da carga horária de Educação Física, Sofia disse que a medida faz parte do “projeto de formação aligeirada para o mercado de trabalho sem disciplinas importantes para o mundo laboral e para a dimensão humana dos alunos”. Sem identificar na resolução a redução da carga horária, a Deputada anunciou que irá solicitar uma reunião com a direção do Conselho Estadual de Educação para esclarecer o tema e outra com a Secretaria de Educação para tratar da nova matriz curricular. Também disse que irá protocolar um pedido de audiência pública para discutir a medida e salientou: Educação Física é educação integral!

Parafraseando música de Erasmo Carlos e Roberto Carlos, Pereira Filho disse que a redução do número de aulas de Educação Física é “ilegal, imoral e engorda”. Para ele, a medida representa um retrocesso e vai contra o que acontece no mundo, como no Chile, que instituiu a obrigatoriedade de 60 minutos diários de atividade física nas escolas. “Sem diálogo nenhum com a comunidade e sem considerar a autonomia pedagógica das escolas, o governo tenta impor uma matriz curricular que ignora a necessidade de combater o sedentarismo e promover a qualidade de vida”, apontou.

O professor André Furtado revelou que, nas escolas de Ensino Técnico, o ensino da Educação Física se resumirá a um período semanal nos 1º e 2º anos. E nas demais escolas a um período no 1º ano. Além disso, ele denunciou que o governo pretende estipular o conteúdo a ser trabalhado, ignorando a autonomia político-pedagógica das escolas.

Na sequência, a comissão ouviu alunos e professores do Instituto Estadual de Educação Gomes Jardim, de Guaíba, que cobraram a realização da segunda fase Jogos Escolares do Rio Grande do Sul. (Jergs). Por meio virtual, eles denunciaram, que, assim como em 2023, neste ano não há previsão de que a etapa regional dos Jergs ocorrerá. “E não será por falta de recursos orçamentários, mas por falta de comprometimento e de respeito com os processos escolares”, afirmou a deputada Sofia Cavedon, que irá questionar a Secretaria Estadual de Educação sobre o assunto.

Com informações da Agência de Notícias da AL-RS