Representantes da comunidade escolar, sindicatos e a deputada Sofia Cavedon, vice-presidente da Comissão de Educação da AL-RS, reuniram-se nesta segunda-feira, 10, com a Defensora Pública Dra. Paula Simões, na sede da Defensoria Pública do Estado, para discutir o encerramento dos cursos de formação de professores nas escolas municipais EMEB Emílio Meyer e EMEB Liberato Salzano.
A reunião teve como pauta principal a denúncia do desmonte da educação municipal, que inclui o fechamento de turmas e cursos técnicos, além da reorganização das matrículas promovida pela Secretaria Municipal de Educação (SMED).
Cursos ameaçados após 24 anos de história
Os cursos de formação do magistério, conhecidos como “Curso Normal”, existem há mais de duas décadas e foram criados a partir da mobilização de educadores para suprir a carência de formação docente nas regiões da Zona Sul e Zona Norte da capital. A comunidade escolar considera o encerramento uma medida arbitrária e desrespeitosa, especialmente após a entrega de um plano pedagógico elaborado com um ano de pesquisa, que foi ignorado apenas 15 dias depois com o anúncio do fechamento.
“É um desrespeito com nosso trabalho. Nos dedicamos à construção de um plano pedagógico e, de repente, somos informados que os cursos serão encerrados sob a justificativa de que 100% dos alunos têm dificuldades”, afirmou Caroline Coelho, supervisora do curso normal da EMEB Emílio Meyer.
Matrículas desorganizadas e famílias prejudicadas
Outro ponto crítico levantado foi a reorganização das matrículas pela SMED. Embora a matrícula esteja garantida, muitos alunos foram alocados em escolas distantes de suas residências, sem considerar a localização geográfica ou a presença de irmãos na mesma instituição. A comunidade denuncia que essa medida desestrutura famílias e compromete o acesso à educação.
Estiveram presentes na audiência Ludimilla Fagundes e Angela Saikoski, da Atempa;. Caroline Coelho, supervisora do curso normal da EMEB Emílio Meyer; Vinicius Petry e Sandro Moreira, professores da Emílio; Márcia Moraes, presidente do Conselho Escolar do Liberato Salzano
e José Cláudio Ribeiro Dutra, pai de aluna.
A Defensora Paula Simões se comprometeu a analisar a situação e encaminhar a denúncia ao Pacto da Educação, grupo constituído pelo MPRS, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), Ministério Público de Contas (MPC-RS) e a Defensoria Pública do Estado (DPE-RS), buscando garantir o direito à formação docente e à educação pública de qualidade.