Pular para o conteúdo

Comunidade escolar do IE quer imediata retomada das obras e retorno dos alunos ao prédio histórico

Audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, realizada na manhã desta sexta-feira (3) no Teatro Dante Barone do Palácio Farroupilha, reuniu autoridades e comunidade escolar para tratar da retomada das obras de restauração do Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE) e da volta dos alunos à sede histórica da Escola, situada na Avenida Osvaldo Aranha, em Porto Alegre.

A obra está paralisada desde 2019, mas o início dos trabalhos de recuperação integral do prédio iniciou antes, diante da precariedade das instalações físicas do espaço. A partir de 2016, por ocasião do início dos trabalhos da primeira empresa contratada, alunos, professores e servidores foram instalados longe da estrutura do prédio, em quatro locais distintos. Atualmente o Instituto de Educação atende cerca de 1.200 alunos e possui os seguintes níveis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino de Jovens e Adultos (EJA), Curso Normal e Curso Normal Aproveitamento de Estudos.

No mês de outubro o governador Eduardo Leite anunciou investimentos na escola, com o objetivo de criar no local o Centro de Desenvolvimento de Profissionais da Educação mediado por Tecnologias e o Museu Escola do Amanhã.

Condutora dos trabalhos do evento, a deputada Sofia Cavedon (PT) avaliou que ao publicar, em novembro, portaria criando um Grupo de Trabalho (GT) para formatar projeto para retomada das obras tornou evidente o descaso com a economicidade no serviço público, ao propor alteração de um projeto, licitado e pago. “As diretrizes do projeto já foram elaboradas faz oito anos, por isso queremos a imediata retomada das obras originais”, explicou.

Para a parlamentar, a atitude governamental é um profundo desrespeito com a comunidade escolar do Instituto e com a educação do estado do Rio Grande do Sul. “Não bastasse interromper uma obra que estava indo bem, dizendo que não havia recursos, o governo anuncia 59 milhões de reais, só que as escolas, de forma geral, estão abandonadas. É um descaso e um desrespeito com a educação”, avaliou.

A representante do Movimento de Defesa do Instituto de Educação, Adriana Marcon, assinalou que esse novo projeto, pretendido pelo governo do Estado, vai contra o projeto original da obra de restauro do IE, construído com a comunidade escolar. Ela atestou que a divisão da escola em vários espaços traz dificuldades para estudantes, professores e servidores Nestes espaços não existem laboratórios, sala de informática, sala de artes, quadras de esportes, nem espaços para prática de educação física e de circulação dos estudantes em seu intervalo de aula, ratificou.

A diretora da Instituto, Alexandra Costa, disse que o IE, com seus 152 anos, é considerada uma referência em educação. “Queremos nosso prédio de volta, restaurado, modernizado e que foi pensado como escola pública”, solicitou.

A representante da Comissão de Restauro, Heloisa Rabelo, mostrou-se contra a criação do Museu dentro do prédio do IE. Ela pediu o retorno integral das obras de restauro concebido pela comunidade escolar. Heloísa salientou que o retorno dos alunos à sede do Instituto é também uma luta em defesa da escola pública e de qualidade e entregou à deputada Sofia cópia do abaixo-assinado endereçado ao governo do Estado, reivindicando o reinício das obras originais de restauro. O documento contém certa de 10 mil assinaturas.

O diretor-geral da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), Guilherme Corte, por vídeo, garantiu que as obras de restauro vão até o seu final e que ao finalizar a reforma, toda a comunidade escolar voltará a frequentar o prédio histórico. Ele anunciou o reinício das obras para a primeira quinzena de janeiro de 2022.

Também se manifestaram na audiência o representante da Secretaria de Obras, Ricardo Todeschini; a representante do Círculo de País e Mestres da escola, Luciana Assis Brasil; a presidente do Conselho Escolar do IE, Ceniriane Vargas; a aluna Maria Alburquerque; duas mães de alunos da escola, Tatiana Gomes e Maria da Graça, a professora da Faculdade de Educação da UFRGS, Laura Fonseca; o presidente da Umespa, Anderson Faria; o representante do Cpers, Alex Sarat; a vereadora Karen Santos (PSol); e o vereador Jonas Reis (PT).

Por vídeo, se integraram ao ato, a deputada Luciana Genro (PSOL); a deputada Federal Fernanda Melchiona (PSOL/RS), a deputada Federal Maria do Rosário (PT/RS), os vereadores de Porto Alegre, Pedro Ruas (PSOL), Leonel Radde (PT) e Matheus Gomes (PSol) e o ex- aluno, Gustavo Spolidoro.

Fonte: Agência de Notícias da ALRS