Um ato cultural na Esplanada da Assembleia Legislativa marcou, na noite desta quinta-feira (31), o lançamento em Porto Alegre da Campanha Nacional das Mulheres do Hip Hop pelo fim do Feminicídio. A iniciativa, que conta com o apoio institucional da Procuradoria Especial da Mulher do parlamento gaúcho, unificou feministas, artistas, grafiteiros, Mcs, B.girls, ativistas de movimentos sociais e lideranças sindicais de diversas cidades gaúchas na denúncia da violência de gênero e no empoderamento feminino.
A procuradora da Mulher, deputada Sofia Cavedon (PT), afirmou que “a mudança da vida das mulheres é um compromisso de todos e que é fundamental ouvir as vozes das jovens da periferia, que sofrem na pele a discriminação e a violência e, mesmo assim, fazem arte”. Frisou ainda que os “coletivos ativistas representam a força capaz de romper as barreiras que pesam sobre as mulheres”.
Ela ressaltou que a Procuradoria iniciou as comemorações do mês de março com o lançamento do Guia da Lei Maria da Penha, que está sendo levado para os municípios gaúchos, e encerra com o lançamento de uma campanha nacional. “As duas iniciativas são uma contribuição para que façamos a mudança cultural necessária para garantir igualdade a todas as mulheres. O poder é ainda majoritariamente masculino, mas a luta e a mudança são femininas”, declarou.
A educadora popular Claudisseia Santos, representante da Frente Nacional Mulheres no Hip Hop, lembrou que as mulheres estiveram presentes no decorrer da história do movimento cultural, que completa 50 anos de existência, mas ficaram invisibilizadas por muito tempo. “A cultura do Hip Hop sempre contou com a força das mulheres. Tanto que o primeiro evento do movimento no Bronx foi organizado por uma mulher”, rememorou.
Embaladas por versos como “guerreira, guerreira mostra que é brasileira”, “mulher não aceita o que vier”, “eu sou pretinha e tenho orgulho de ser o que sou” e “na minha casa eu que mando”, artistas como Negra Jaque, Negras na Batalha e o grupo de meninas B. Girls, da ONG Vida Breve de Taquara, se revezaram no palco, intercalando música, dança e poesia. Tudo isso sem deixar de expor os índices que tornam o Brasil e o Rio Grande do Sul lugares violentos para as mulheres e de mencionar, entre uma apresentação e outra, as dificuldades enfrentadas por mulheres negras, mães e pobres.
Fonte: Agência de Notícias da ALRS