Fortalecer o movimento que luta desde 2011 pela implementação do Hospital Universitário do Pampa para atender a média e alta complexidade em áreas prioritárias à região Fronteira Oeste, transfronteiriço, em articulação com a atenção primária e outros pontos da rede de saúde, com sede em Uruguaiana, foi o objetivo da Audiência Pública realizada no município nesta sexta-feira, 25, proposta pela deputada Sofia Cavedon (PT) e promovida pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
A Fronteira Oeste conta, em média, com 510 mil habitantes (IBGE, 2024), distribuídos em 13 municípios e não dispõe de um hospital público regional, de modo que os usuários que necessitam de acesso a determinados serviços na média e alta complexidade, precisam ser deslocados até Santa Maria (distância de 365 Km), Ijuí (389 km), Porto Alegre (632 Km), Passo Fundo (561 Km) ou a outros municípios fora de seu domicílio, destaca a deputada Sofia que este ano articulou reuniões em Brasília com os ministros da Saúde e da Educação .
Além disso, cerca de 1000 estudantes da Unipampa/Campus Uruguaiana serão beneficiados, de forma direta ou indireta, pela qualificação da formação em saúde na média e alta complexidade. Estudantes de outras áreas também poderão ser beneficiados de forma indireta com a construção do hospital, ampliando o desenvolvimento de ações de ensino, pesquisa e extensão. Ainda, poderão ser ofertadas novas vagas no Curso de Medicina da Unipampa, bem como, novos programas de residência médica e multiprofissional. Do mesmo modo, em torno de 126 docentes e técnicos administrativos da área da saúde e afins poderão ampliar suas possibilidades de ensino, pesquisa e extensão nas áreas envolvidas, ocasionando reflexos diretos para a população, informa a diretora do Campus Uruguaiana, Cheila Denise Ottonelli Stopiglia.
Dentre as contribuições do hospital para a população da Fronteira Oeste e cidades limítrofes, destaca-se a ampliação e qualificação do acesso à saúde, da formação sanitária, da geração de trabalho e renda, e por conseguinte, do desenvolvimento regional, pois o hospital vai demandar uma série de serviços correlatos de manutenção específica, equipamentos e compra de insumos. Soma-se a isso que contribui para a fixação de profissionais especialistas na região e atração de investimentos, bens e serviços.
A proposta de criação de um hospital universitário transfronteiriço em Uruguaiana foi encaminhada para votação no Brasil Participativo em 2023, ficando em 7º lugar e, em 2024 foi realizada a análise técnica pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A EBSERH sinalizou positivamente para a proposta e solicitou uma contrapartida de sete milhões de reais para o projeto arquitetônico e complementares. Conforme Sofia a mobilização para conquistar os recursos foi buscar o investimento através das emendas parlamentares dos deputados federais e senadores do Rio Grande do Sul. A deputada Sofia anunciou na Audiência Pública a conquista de R$ 5,5 milhões para o projeto.
A proposta
Hospital com 180 leitos para atendimento de média e alta complexidade na região Corede Fronteira Oeste, com atendimento de média e alta complexidade, com sugestão das seguintes especialidades, as quais serão definidas juntamente com os gestores locais de saúde, somados às informações supra descritas e análise da EBSERH: Cardiologia; Pediatria; Gastrologia, Saúde mental; Neurologia (adulto e pediátrica); Traumatologia e Ortopedia e, em avaliação, Materno Infantil.
A Unipampa fará o desmembramento de um terreno de cinco hectares de uma área total de 250 hectares do Campus Uruguaiana para construção do hospital. Também será responsável pelos licenciamentos, contratação e fiscalização da obra e aquisição de equipamentos e mobiliários pelo seu corpo técnico de administradores, assistentes em administração, engenheiros e arquitetos. A Universidade também realizará no Hospital atividades de ensino, pesquisa e extensão por meio dos cursos da área da saúde e a fins, incluindo a graduação, pós-graduação e residências uni e multiprofissionais em saúde.