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Em Caxias, deputada Sofia se reúne com as escolas estaduais

Comunidades relatam a situação grave em que estão

As necessidades das escolas estaduais ecoaram na tribuna do Legislativo caxiense, na tarde desta quinta-feira (21/03), a partir da voz de diretores, pais e estudantes de diferentes regiões da cidade. As reivindicações pedagógicas, burocráticas, de transporte e de infraestrutura foram destaque na reunião que a Frente em Defesa da Educação Pública Estadual (FDEPE) promoveu sob a condução do presidente do grupo, vereador Lucas Caregnato/PT. Elas vão compor um dossiê sobre a situação das 49 instituições de ensino mantidas pelo Estado em Caxias do Sul para ser repassado a autoridades na busca de providências. “Estamos tentando uma agenda com o governador (Eduardo Leite/PSDB) e com a secretária estadual de Educação para relatar as demandas mais urgentes”, frisou Caregnato, logo na abertura do encontro, mencionando dificuldades em obter retorno a respeito.

Com a presença da presidente da Comissão de Educação da Assembleia gaúcha, deputada estadual Sofia Cavedon/PT, fez um diagnóstico das dificuldades da educação gaúcha e uma leitura do cenário nos últimos anos: “Em 2020 e 2021, foi uma situação agravante por causa da pandemia. Quando começamos a voltar, no final de 2021, o caos apareceu. Não é o caos de Caxias, é o caos do Rio Grande do Sul. São 2.311 escolas, sendo 2 mil com demandas importantes. Quando voltamos, criamos um observatório, um monitoramento das obras e apresentamos ao governo um relatório do que tínhamos de necessidade de obras e as de Caxias estão no documento. Então, trabalhamos um olhar geral e longitudinal da educação e verificamos que o governo, no ano passado, investiu apenas 16% na manutenção e no desenvolvimento do ensino”. Sofia informou que a Comissão está preparando dossiês municipais,  sobre a situação das escolas da rede estadual, que serão encaminhados ao governo. Ao final da reunião, após contato telefônico com a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira, a deputada informou que a titular da Seduc vai receber uma comitiva caxiense.

A população presente que se manifestou detalhou exemplos desses transtornos e carências pelas quais passa atualmente nos ambientes escolares. Na direção da Escola Estadual de Ensino Médio Galópolis, a professora Grasiela Aparecida Pasinato contou que parte do pátio cedeu e o refeitório da instituição está comprometido, o que dificulta para viabilizar a merenda aos 341 estudantes matriculados. “Nossa escola está passando por situação bem delicada, além da falta de monitores e professores”, acrescentou.

Do Desvio Rizzo, o vice-diretor da Escola Estadual Ivone Lúcia Triches dos Reis não consegue acessar a verba da autonomia e de outro programa chamado Agiliza por uma questão burocrática: como o diretor saiu da função, para o vice responder pela direção daqui para frente, precisa ter seu nome como substituto publicado no Diário Oficial, só que a demora para isso já soma 60 dias. Resultado: para comprar uma borracha para uma panela de pressão do colégio, precisou contar com auxílio dos integrantes do Grêmio Estudantil, que providenciaram o dinheiro.

Alunos da Escola Irmão José Otão e diretores da União Municipal de Estudantes Secundaristas, Guilherme Mourão Peglow e Laura Motta revelaram preocupação com o novo Ensino Médio e reivindicam agilidade nas reformas das instituições públicas. Também entregaram à deputada Sofia Cavedon uma carta com solicitações ligadas à educação.

Representação do Conselho de Pais e Mães do Colégio Veranópolis, disse que dos 200 alunos, 140 possuem problemas de transportes, também falta refeitório sendo a única escola de Caxias que não possui o equipamento. A comunidade escolar do Colégio Estadual Imigrante afirmou que convive, desde 2019, com a angústia,após a queda do muro lateral da instituição de ensino. Da queda, a situação evoluiu para desabamentos do piso de uma quadra poliesportiva e o comprometimento do espaço, que está com a utilização proibida. Inovare Design de Móveis, Construtora, Comércio e Serviços Diversos Ltda começou os trabalhos em julho deste ano, parando em agosto e setembro. Em outubro, houve movimentações na obra, mas há 10 dias não há nenhum trabalhador atuando no local.

A Escola Triches dos Reis não pode acessar recursos do Agiliza e outros por não ter representantes legais, a partir da lei de gestão que foi aprovada em 2023, com R$ 37 mil na conta e não pode resolver problemas simples, além do entorno da escola necessitar de reparos, informou o diretor Marcos Azambuja. A deputada Sofia contatou o subsecretário de Planejamento e Gestão Organizacional da Seduc, Diego Ferrugem, que prometeu buscar uma solução.

Entre os vereadores presentes, se manifestaram: o presidente da Câmara Municipal, vereador Adriano Bressan/PRD; Gladis Frizzo/MDB, Velocino Uez/PRD, Rose Frigeri/PT, Renato Oliveira/PCdoB, Estela Balardin/PT e as parlamentares suplentes Andressa Marques/PCdoB e Isabela Rech Schumacher/NOVO.