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O que esperar de 2022?

Deputada Estadual Sofia Cavedon/PT-RS


Que o povo brasileiro mude a sua vida através da política. Ele que demonstrou desmedida capacidade de superar adversidades, de reinventar modos de vida e de solidariedade, de enfrentar a volta da fome e do desemprego – resultados da combinação de governos da ideologia do Estado mínimo com o advento da pandemia do Covid 19 – sabe que o custo foi muito alto: mais de 600 mil mortos pela pandemia, grande perda de adolescentes e jovens que desistiram da educação, ampliação da população que vive na rua, aumento do custo de vida e perda da autonomia sobre a água, a energia, a preservação ambiental.

Essa enorme capacidade de resiliência do povo brasilerio tem que se transformar em consciência crítica e influenciar a política. Essa enorme energia solidária despertada precisa interromper a hegemonia política de agora, onde a concentração de lucro, de terras e de renda estão acima da vida humana, animal e ambiental. Onde a crise pandêmica, econômica e social, ao invés de produzir respostas políticas do Estado de proteção e promoção do desenvolvimento, serviu de justificativa para mais retiradas de direitos dos e das trabalhadoras e venda do patrimônio público e da soberania sobre os bens básicos à existência humana: a energia, a água, a educação. Enquanto a solidariedade foi máxima, os governos de plantão seguiram tornando o Estado mínimo!

Para mudar isso, todas as lutas terão que convergir para a disputa do projeto político para o Brasil que interfira nas desigualdades e corrija as injustiças. As lutas feministas terão que resultar em mais mulheres que transformem a vida das mulheres, ocupando os espaços políticos. Em mais jovens empoderadas e valorizadas na educação, em estruturas adequadas de proteção de suas vidas. A luta antirracista deve ser assumida por todos e todas, das escolas aos tribunais, e o processo de empoderamento das mulheres negras e dos homens negros deverá se ampliar para dar fim à violência que os atinge, ao preconceito que os marginaliza e às condições materiais que os excluem. Sem esses avanços, não há democracia! A liberdade e o fim do preconceito contra a população LGBTQIA+ são utopias civilizatórias e vamos atrás delas.


Nós temos Lula para apresentar, com a nitidez dos governos de inclusão e de desenvolvimento que realizou. Inocentado de tantas acusações, representa a resistência do que tentaram exterminar: os partidos de esquerda, os movimentos sociais, as frentes de lutas, os sindicatos, os mandatos parlamentares, tudo que é ferramenta de luta feita de gente e sonhos, de teimosia e alegria e por isso incomodam e desacomodam a ordem concentradora de riqueza e distribuidora de fome e da vulnerabilidade. Que venha 2022!