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Sofia denuncia abandono de escolas no Vale do Taquari após tragédias climáticas

Mais de um ano após as tempestades que atingiram o Rio Grande do Sul, alunos da rede estadual e municipal ainda sofrem com a falta de planejamento do governo do Estado. Salas de aulas improvisadas e obras em ritmo lento são alguns exemplos destacados pela deputada Sofia Cavedon nesta terça-feira (24/06) durante apresentação do relatório de visitas às escolas atingidas pelas enchentes em 2023 e 2024, no Vale do Taquari.

Vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, a parlamentar reforçou que instituições de ensino de Muçum, Encantado, Estrela e Roca Sales atuam em instalações improvisadas. “Falta atenção de gestão, definição política, de espaço físico, seja lá com o município, e de compra. Dinheiro não falta, falta priorizar. Realmente acho gravíssimo, gravíssimo”, afirmou Sofia, destacando que o Colegiado vai encaminhar o relatório ao governador Eduardo Leite.

A deputada recomendou que o documento seja enviado também à Secretaria de Educação (Seduc) e à Secretaria de Obras Públicas (SOP). O objetivo é cobrar a apresentação de um calendário com os encaminhamentos da comissão. Um dos exemplos mencionados por Sofia envolve os alunos do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, em Lajeado, que têm aulas em um espaço alugado na Universidade do Vale do Taquari (Univates). O local não tem condições para o preparo de alimentação.

“São espaços abertos, também não tem como garantir segurança dos estudantes, porque é uma universidade, não tem uma intervenção física para ter espaço seguro para atender as crianças. Enfim, são vários problemas, ressaltou. Ela destacou que as obras de melhorias da Castelo Branco são de responsabilidade da empresa Cetus, que foi contratada em formato simplificado. Até essa contratação simplificada é um dos elementos que o Ministério Público de Contas pede auditoria, porque a Cetus é responsável por inúmeras escolas”, frisou.

A diretora Beatriz Reckziegel, da E.E.E.F Moinhos, de Estrela, explicou que a comunidade escolar ficou esquecida após as enchentes. “Estamos realocados em outra escola pública, porém é lógico que a gente precisa do nosso espaço. Isso dificulta muito a vinda dos nossos alunos para escola”, salientou. Além da distância, Beatriz observou que os estudantes enfrentam dificuldades para o deslocamento até o local de ensino.

“Com isso a frequência dos nossos alunos também tem reduzido muito. Por exemplo, nesses dias de chuva na semana que passou, é muito difícil os alunos virem numa distância de 4 ou 5 quilômetros até aqui a pé. É complicado. Com isso os alunos acabam faltando, ficando com dificuldades em acompanhar os conteúdos, em acompanhar o fluxo do dia a dia da escola”, sustentou. A diretora Ilaci Pedersini Dalla Vecchia, da E.E.E.F. Antonio De Conto, em Encantado, afirmou que os estudantes têm aulas em um local improvisado.

O novo local fica a 10 quilômetros da Antonio De Conto, no bairro Coqueiros. “Estamos fazendo o máximo que podemos para que alunos se sintam num ambiente acolhedor. Estamos esperando o município comprar o terreno na localidade do bairro Jacarezinho”, ressaltou. Uma comissão que reúne moradores e ex-diretores também cobra providências do município e exige a compra de um terreno para a construção do novo prédio. “Aguardamos ansiosos pela compra do terreno para voltar para o nosso lugar”, afirmou.

Fonte: Portal da Bancada do PT/ALRS