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Sofia discursa em defesa das mulheres, dos negros, da igualdade, da inclusão e da soberania

Assista o discurso no link: https://bit.ly/3Ola1of

“Nós queremos paz e a paz não é a do silêncio. A paz é a das multicores e da pluralidade de ideias. É muito difícil ter paz quando os partidos de esquerda são tratados dessa forma intolerante”. A afirmação foi feita pela deputada Sofia Cavedon em uma declaração de líder em nome da bancada do PT na Assembleia Legislativa, durante a sessão plenária híbrida desta quarta-feira (8), em resposta ao deputado Giuseppe Riesgo (Novo), que fez discurso acusando os partidos de esquerda de irem contra o desenvolvimento do Rio Grande do Sul por não concordarem com um trecho do hino rio-grandense.

A deputada Sofia Cavedon, que é titular da Coordenadoria da Mulher na Assembleia Legislativa, também lembrou que um ato foi realizado na manhã desta quarta-feira em defesa da vida das mulheres. “A Assembleia conduzida pela presidência, reuniu diagnósticos do levante feminista e da força tarefa e respondeu com uma campanha pela vida das mulheres”, disse. Por meio da estrutura da casa, anunciou a deputada, será organizado um observatório de gênero e raça com a colaboração de funcionários e funcionárias da casa e com a Escola do Legislativo. Também estão fortalecendo um curso que as universidades estão fazendo para as articuladoras de práticas pedagógicas que valorizem meninos e meninas. “Na sequência do que foi trabalhado na manhã e do que o deputado (Giuseppe) nos acusou, quero pedir que nos mostre e nos prove qual foi a morte causada pela esquerda neste país, pois no tempo em que estivemos no governo, podemos nos orgulhar de um país que construiu igualdade, erradicou a fome, abriu espaço nas universidades, construiu 400 UPAs para salvar vidas”, disparou.

Sofia disse que não aceita essa pecha, pois o movimento negro não repete a frase “povo que não tem virtude acaba por ser escravo” no hino do RS porque eles foram escravizados por quatro séculos no Brasil. “Até hoje a violência, a segregação, a pobreza e a miséria tem essa cor predominante e nada justifica dizer que estamos contra o desenvolvimento do estado. O senhor que discursa que – na Revolução Farroupilha – nos levantávamos contra o Império, contra os juros e contra a prática de políticas que não nos retornavam nossa riqueza, estão (com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal que aprovaram) submetendo o Rio Grande do Sul a pagar uma dívida que já pagou e obedecer diretrizes e gestão que o governo federal determinar”, pontuou.

A parlamentar ponderou ainda que no contexto da Revolução Farroupilha, os escravos escravizados foram levados à luta com a promessa de alforria, mas que após o acordo de paz, aconteceu exatamente o contrário. “Os lanceiros negros foram desarmados e quase todos assassinados, expostos pelos revolucionários e isso é mais um de tantos episódios brasileiros em que o povo por ser negro é alvo da morte, do desprezo e do preconceito, então esse povo negro em espaço de poder dizer que não canta este trecho, não é tirar o valor simbólico do nosso hino”, defendeu Sofia.

A deputada concluiu dizendo que quem está dividindo é o deputado que caracterizou de “forma desprezível” os partidos de esquerda e os movimentos sociais. “Quem é de esquerda busca desnaturalizar a desigualdade, busca construir uma história que não seja desigual para as mulheres só porque elas nasceram mulheres biologicamente ou para os negros porque nasceram negros, de esquerda é quem quer uma sociedade onde as riquezas favoreçam o crescimento com inclusão, é querer construir igualdade, soberania, prosperidade para todos e todas”.