Na reunião, direção e vice-direção falaram sobre os problemas enfrentados no ensino público do município
Em roteiro pela região sul do estado, a deputada e presidente da Comissão de Educação da AL/RS, Sofia Cavedon (PT), esteve em reunião com diretores e vice-diretores de sete escolas estaduais de Pelotas neste final de semana, para saber sobre a situação das instituições. O encontro aconteceu na sede do 24° Núcleo do CPERS. Além das comunidades escolares, a conversa também contou com a participação do Núcleo de Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Muitos problemas relatados pelas comunidades são comuns entre as escolas, a rede elétrica é uma delas. O temporal que assolou o estado em setembro de 2023, só piorou e intensificou a situação que já estava ruim. Os fortes ventos e as chuvas ocasionaram a quebra de telhados e alagamentos. Todas as instituições reclamam da falta ou demora da comunicação com a Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP). Conforme Sofia, as direções relataram que a vistoria só aconteceu meses depois do ocorrido. Enquanto em outros casos, nunca apareceu nenhum profissional para visitar os prédios.
A deputada encaminhará uma Audiência Pública e no dia 7 de maio, já está marcada uma mobilização com todas as escolas na CRE.
À seguir, demandas de cada escola.
EEEM Dr. Armando Fagundes:
A escola Dr. Armando Fagundes, localizada no bairro Fragata, está com uma parte interditada por conta do risco de desabamento e pela rede elétrica. Mas, mesmo assim, os estudantes continuam tendo aula no prédio.
Em março, depois de meses em espera, um engenheiro responsável apareceu na escola e interditou o prédio pelo risco do pavilhão cair e pela eletricidade. Apenas um dos pavilhões está com o quadro de luz consertado. Em razão disso, os estudantes estão tendo aulas no escuro, quando o dia está nublado ou chuvoso, eles são dispensados para casa.
EEEM Monsenhor Queiroz:
A escola que fica localizada no centro da cidade, possui uma fachada tombada pelo patrimônio histórico. Desde 2019, a direção encaminha mensagens para a CROP, para que os engenheiros façam vistorias nas madeiras do telhado que, na ocasião, apresentavam muitos cupins. Após o temporal, o problema se intensificou. Chove nas salas de aulas, escorrem águas das paredes e o chão de madeira já está destruído.
Além disso, o pagamento do aluguel do prédio onde fica a escola, foi suspenso pelo Governo do Estado, e a direção começou a ter problemas com o dono. Depois, a direção descobriu que não havia nem contrato assinado. Atualmente, os 409 alunos da instituição estão alocados na Escola de Educação Profissional João XXIII, mas, à procura de um novo prédio.
Outro problema que a comunidade está lutando, é para o não fechamento dos 2° e 3° Anos, no turno da noite.
EEEM Arroio do Padre:
Localizada em um novo município, distrito de Pelotas, a escola possui somente 18 anos de existência, e é a única de Ensino Médio de Arroio do Padre. Por conta do temporal de setembro, o telhado foi totalmente destruído pelo granizo.
Nesse período, quando chovia, os alunos eram dispensados para casa. A rede elétrica também se tornou um problema. Preocupados com a situação do prédio e bem-estar dos alunos, a direção chamou a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e a CROP, para avaliar a situação. Mas, ninguém apareceu para realizar a vistoria. Em razão disso, a comunidade decidiu pela suspensão do ano letivo presencial, enquanto o problema não estivesse resolvido. No final de março, após meses do ocorrido, a CROP finalmente visitou a instituição para fazer uma avaliação. Após a vistoria do engenheiro, o setor pedagógico da CRE, encaminhou um e-mail para a escola, alegando que poderia ser iniciada às aulas durante o dia. À noite, a sugestão levantada é que sejam usadas luzes de emergência. A escola retornou com as aulas presenciais de dia, mas, no período noturno, segue sem aula.
Colégio Estadual Cassiano do Nascimento
Além da falta de merendeiras para conseguir atender mais de 300 alunos, o colégio também possui outras necessidades de RH, como bibliotecária, vice-diretor geral e professor de português.
Atualmente, a pedido dos próprios alunos e na falta de um profissional, a biblioteca tem sido organizada por cinco estudantes que se dividem em escalas para catalogar os livros.
Outra necessidade apontada pela comunidade escolar para conseguir atender os alunos com deficiência, é construção de rampas no auditório, no prédio e também na saída da escola, que fica localizada no bairro Três Vendas.
EEEF Parque do Obelisco:
Em 2023, o muro da escola caiu e somente em janeiro deste ano, começou a obra que em seguida foi parada. O prédio está cheio de rachaduras nas paredes, a rede elétrica precisa de revisão, pois funciona de vez em quando.
A escola atende cerca de 327 alunos, durante a manhã, tarde e noite. Possui Educação de Jovens e Adultos (EJA), mas somente as etapas três e quatro. No quadro de RH, faltam duas merendeiras, uma funcionária para limpeza e uma secretária. Além disso, não possui monitor e portaria.
Colégio Estadual Felix da Cunha:
O prédio do colégio, que fica localizado no centro de Pelotas, é um histórico inventariado. Possui um anexo com infraestrutura mais nova, onde fica a maior parte das salas de aula da instituição. Há oito anos, a parte da frente do prédio histórico corre risco de desabamento e em razão disso, segue interditada. A sacada cedeu, o forro também, a rede elétrica está comprometida, já que chove dentro do prédio.
A escola que atende estudantes da periferia da cidade do Ensino Fundamental ao Médio, está com a parte de trás da estrutura ainda funcionando com a secretaria, supervisão pedagógica – que está com o chão cedendo com cupim – e o Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Durante a pandemia, a obra passou a ser emergencial para reforma parcial, mas a empresa desistiu. Após a desistência, a direção nunca mais recebeu informações da Secretaria de Educação (Seduc) sobre a obra.
EEEM Areal
Desde 2019, que a escola localizada no bairro de mesmo nome, reclama da precariedade elétrica. Em meados do ano passado, após fortes ventos, um fio desencapado caiu no portão de entrada. Em setembro, após vistoria de um engenheiro eletricista, o prédio foi interditado. Além do problema elétrico, a cozinha ainda apresenta riscos de desabamento. Em razão disso, fizeram uma obra emergencial, mandaram o projeto para o Programa Agiliza Educação, mas nunca foi entregue a verba.
Após a reforma na elétrica, a escola que possui cerca de 900 alunos do Ensino Fundamental ao Médio, voltou às aulas presencialmente. Foram liberadas apenas salas de aulas e administrativo. Enquanto o refeitório, a biblioteca, a sala multiuso e a sala de AEE – que tem mais de 30 alunos incluídos – seguem interditadas.
Outro problema enfrentado pela comunidade foi a perda do EJA e de uma turma do Médio no turno da noite, durante a pandemia. Além disso, no quadro de RH, faltam merendeiras.