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Tecnologia e política: a democracia pode avançar

Portal do Jornal do Comércio.

A pandemia da Covid-19 levou muitas instituições a suspenderem suas atividades presenciais que, aos poucos, foram transferidas para a modalidade remota. Assim também nós, deputadas e deputados gaúchos, passamos a conviver com novos formatos de trabalho e comunicação.
A adoção de plataforma virtual viabilizou a participação nas reuniões, audiências públicas e seminários na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, área de muita conturbação, em especial na pandemia. Conseguimos em 2020 e 2021 acolher as lutas, demandas, denúncias e mediações que se fizeram necessárias, usando as ferramentas virtuais. Foram muito participativas, dialogadas, esclarecedoras e com possibilidade de questionamento ao governo das comunidades escolares atingidas pelas mais diversas medidas, para além das exigidas pela pandemia.
Distâncias foram superadas, horários compatibilizados de maneira a garantir o acesso, mesmo que muitas vezes com uma carga horária excessiva. A agilidade de comunicação, a convocação de reuniões de um dia para o outro, a marcação de agendas com mais opções de horários facilitou e potencializou nossa atuação. Destaca-se também o menor custo para a realização das atividades. Outro elemento positivo nas atividades remotas foi contar com a presença de parlamentares federais e intelectuais do país inteiro nos debates, com destaque para os PLs como do FUNDEB e a Lei Aldir Blanc. Isso qualificou e ampliou a potência de intervenção.
No entanto, percebemos que há dificuldades de acesso para participação das pessoas mais humildes, sem equipamentos tecnológicos e recursos para custear a internet. Também há redução na capacidade de pressão sobre os parlamentares, pois a ausência física do povo nas galerias torna mais fácil a aprovação de medidas contrárias à vontade desse mesmo povo.
Nada substituiu as expressivas audiências públicas presenciais de 2019, do Auditório Dante Barone lotado de estudantes contra as estrumações ou o encontro das escolas indígenas.
A tecnologia se mostrou uma forma promissora de se pensar e fazer democracia, mas necessita de mais inclusão da população ao acesso à internet – barreira que retirada, pode ampliar interação a entre o parlamento e o povo, garantindo comunicação direta e cada vez mais ampla e cidadã. A informatização de todas as escolas gaúchas, além de ferramenta importante para a aprendizagem, vai inserir também as comunidades escolares nos processos democráticos e participativos.